fotografia © agnaldo lima
fragmentos
fragmentos
rua sonâmbula
a tua alma flutua e, escandalosamente nua, invade a rua, deixando no ar o cheiro
dos teus cabelos.
na sonâmbula rua, que é tão tua, revejo os momentos passados
entre os teus braços e os meus.
o calor dos teus afectos ainda palpita no meu
peito, como se fora tatuagem esculpida por um anónimo deus.
quais outros braços
aconchegam-te nas noites que já foram nossas?...
quais outros lábios sussurram
nos teus ouvidos os segredos que já te contei? ...
vou
dormir e sonhar!
minha alma irá ao teu encontro e numa esquina qualquer, dessa
rua que é tão tua, se fundirá com a tua alma.
e, juntos, habitaremos a cidade,
fantasmas que somos de um tempo que passou.
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