conversa
informal entre o fotógrafo, o modelo, o bailarino e o desportista
o fotógrafo, o modelo, o bailarino e o desportista
agnaldo lima - sérgio, quando e onde nasceste.
sérgio penajóia – ora, nasci a 19 de julho de 1986, no bairro da lapa, em
lisboa.
al – qual é a tua formação académica como personal trainer
e bailarino? explica como tudo começou.
sp - ora dividindo os temas:
personal trainer - sempre fui dado a área do desporto (ginástica, natação,
futebol e agora dança). tentei seguir essa área e entrar na faculdade em
desporto mas nunca consegui tirar nota a matemática para concorrer à faculdade.
foi então que surgiu a academia do holmes place. reparei que podia ser algo que
gostasse de fazer, apesar de não gostar propriamente de musculação pura e dura!
mas era um conceito que me agradava, arrisquei e pronto. aqui ‘tou eu após
varias formações, tanto que, inclusive, neste momento ‘tou a tirar pós graduação em treino funcional
bailarino - eu era guarda-redes e fui-o durante nove anos até que
tive uma lesão na zona lombar. andei em fisioterapia e achei melhor terminar a
minha grande carreira de jogador de futebol (risos). entretanto eu sempre
gostei de ver a dança do hip hop e sempre foi um estilo de música que ouvi
(apesar de ouvir de tudo, até mesmo instrumentais do mais simples que seja) e a
maioria dos meus amigos pertencia a um grupo de dança que tinha inclusive sido vice-campeão ibérico. eu comecei a dar mais com eles por namorar com uma das
raparigas e então comecei-me a envolver naquele mundo de dança. num dia fui
experimentar uma aula, só mesmo para a palhaçada, pois um colega meu ia criar
um grupo. foi então que fiz a primeira aula e até hoje ainda danço, tendo
inclusive já dado aulas em alguns locais, e ainda dou na associação
cotovia-sesimbra.
al - fala sobre as tuas actividades actuais, quer na dança,
quer no teu dia-a-dia como profissional trainer.
sp - as minhas actividades...bem começando no pt que é o
que me ocupa mais tempo.
como pt tenho
que dominar a vertente da prática no ginásio, isto é, conhecer exercícios e
como se fazem correctamente e dominar a parte teórica para saber como é que
aquele músculo trabalha para depois lhe dar o melhor exercício, entre muitas
outras coisas claro. mas tendo essa base de trabalho, de experiência, tenho de
proporcionar aos meus alunos o melhor treino para eles, em que cada treino tem
que ser o treino mais importante de sempre. cada pessoa tem que se dirigir ao
ginásio com a mentalidade que aquele treino vai ser especial e é isso que tento
proporcionar. estudar a pessoa e ver o que ela deve e não deve fazer, e o que
vai mais gostar de fazer pois é importante a pessoa não fazer algo contrariada.
sendo assim o meu dia a dia é claramente dar treinos, sejam de trinta minutos
ou de uma hora... sejam individuais ou duo. mas passa por isso... acordar de
manhã, despertar e alegrar-me porque vou fazer aquilo que gosto, por o meu
cansaço de parte, pois não posso dar parte fraca, e seguir para o ginásio.
como bailarino tenho
os ensaios do meu grupo onde trabalho na maior parte do tempo apenas como mais
um bailarino do grupo (dascum) ou algumas vezes como coreógrafo a fazer uma ou
duas coreografias. depois, neste momento ‘tou a dar aulas na associação cultural
e desportiva da cotovia, as quartas e quintas, e no meu grupo treinamos as
quartas e sextas, fora épocas de actuações ou competições em que temos que
treinar mais horas e mais dias.
al - menciona as academias onde trabalhaste/trabalhas e
o(s) grupo(s) onde danças e/ou dançaste
sp - comecei por fazer um estágio no holmes place de
alvalade mas a trabalhar comecei mesmo no holmes place da avenida da liberdade.
estive lá dois anos, sendo que nos ultimos seis, sete meses já estava a
trabalhar noutros locais, entre eles solinca do colombo e no fitness4u.
neste momento apenas
estou no fitness4u e estou a dar aulas na associação voz do alentejo, na quinta
do conde, num projecto pessoal em que acaba por ser uma aula de grupo diferente
das dos ginásios.
na dança comecei num
grupo que nem nome tinha, era apenas aulas de aprendizagem mas depressa
chegamos a um nome po grupo, os dascum,
grupo onde permaneço ate hoje. dei aulas de dança numa associação nos foros de
amora e agora dou na associação desportiva cotovia-sesimbra.
al - o que ou como te sentes quando danças?
sp - sinto-me bem (risos) não, ok, eu vou divagar então
(risos) é muito bom porque em primeiro lugar há que gostar de ouvir música,
sentir a música, dividir a música em cada batida, conseguir separar os
instrumentos da voz... descodificar, então, a música para a sentir melhor.
depois é deixar levar pela junção dos movimentos criados por nós, soltar-nos,
pois o mais difícil no inicio é mesmo meter o corpo sem tensão nenhuma para nos
movimentarmos melhor.
al - qual é, na tua opinião, a diferença entre dançar e
treinar pessoas na preparação/manutenção física? quais são os teus sentimentos,
as tuas emoções durante os dois processos?
sp - é bastante diferente. na dança o principal objectivo é
relaxar, animar, ‘tar num mundo diferente por momentos em que se vive em função
da música. no treino as pessoas são diferentes porque cada pessoa é única, cada
pessoa tem a sua maneira de pensar, cada pessoa tem os seus problemas físicos,
os seus objectivos... mesmo que duas pessoas queiram perder peso, tudo nelas é
diferente, sejam lesões, seja o metabolismo, seja a motivação... então temos
que nos entregar muito mais, é uma parte muito mais cansativa, não tanto a física como na dança em que temos que não parar de dançar. no treino apesar de
ter alguma preparação física que tem de se ter, claro, mas o mais cansativo é
por exemplo num espaço de três horas ‘tar com cinco pessoas diferentes e ter
que nos adaptar psicologicamente para aquela pessoa que ali está por nós e temos
que sentir que demos cem por cento.
al - qual é o teu
conceito real e/ou poético sobre o movimento do corpo humano, quer na dança,
quer na preparação/manutenção física? é possível descrever com palavras?
sp – epa, não sou muito bom em poesia admito... o corpo
humano é muito, muito complexo... o simples abrir uma porta, algo que fazemos
todos os dias é algo poderoso fisicamente, trabalha tudo e mais alguma coisa. a
dança, o simples step touch (passo
básico de deslocar o corpo de um lado para outro) envolve um treino a nivel de
cérebro muito forte pois a coordenação é algo bastante importante.
o movimento do corpo
acaba por ser algo que, embora esse, não seja uma máquina, tem de funcionar
como tal, tem de ser bem programado para não haver avarias.
al - obrigado, sérgio, pelo teu depoimento e por aceitares
partilhar deste projecto.
sp – obrigado!
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